O passado, ainda que vivaz, tinha se tornado uma lembrança.

O presente, surpreendentemente revelava-se desafiadoramente instigante.

O futuro, uma tórrida, sensual e ousada promessa.

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A porta abriu e o vento invadiu espargindo os ares da mudança. A vida trajada de carmim passou pela porta do bar e se deteve um instante; por esse mesmo instante duvidei.

O sorriso discreto e o colorido vívido de sua feição regeneraram meu moribundo coração. Bela, tentadora e virtuosa Giulia caminhou alastrando o doce perfume da sua existência.

Não era uma alucinação. O impossível se fazia possível e os olhos não me pregavam uma peça, Giulia estava ali bem diante de meus olhos incrédulos.

Sim, ela estava de volta. Conseguia sentir a vibração vivaz de sua presença trepidar meus ossos e despertar meu espírito exangue.

A vida, a minha vida, passou por mim sem me reconhecer, contudo, perfumou minha existência e me resgatou do eterno estado de esperança.

Apesar do tempo, do lugar e das circunstâncias estávamos destinados a nos encontrar.

Ela se voltou irradiando o calor fulgurante de seus olhos e atenta olhou-me como se nunca tivesse me visto; não me reconheceu.

Ele, por outro lado, a reconheceria em qualquer tempo e lugar.

Ela não se lembrava de mim, eu por outro lado nunca a esqueci.